PRINCÍPIO DE BERNOULLI
Quando
um fluido se escoa, diz-se que o faz através de um tubo de escoamento, e a
massa do fluido que passa por um ponto do tubo na unidade de tempo, deverá ser
igual à massa que passa por outro ponto do tubo na mesma unidade de tempo. Esse
tubo poderá ser real ou imaginário.
O físico
francês Daniel Bernoulli demonstrou matematicamente que as partículas de um
fluido ao passarem pelo estreitamento de um tubo de escoamento, terão sua
velocidade aumentada nesse ponto e aí haverá redução da pressão nas paredes do
tubo. Em aerodinâmica, todos esses efeitos serão considerados em relação ao ar.
TUBO
DE VENTURI
Outro físico, o
italiano G. B. Venturi, baseou-se no Princípio de Bernoulli para a construção
do famoso Tubo de Venturi, hoje amplamente usado em muitas
aplicações, da bomba de pulverizar inseticida aos instrumentos de aeronaves que
trabalham sob baixa pressão interna.
DEFINIÇÃO DE AERODINÂMICA
Aerodinâmica é o ramo da
física que estuda as forças que agem sobre os corpos que se acham em movimento
no ar. O termo é formado pelas palavras “aér” e “dynamis”, que em grego
significam ar e força respectivamente.
AEROFÓLIO
É uma
estrutura ou parte de uma estrutura, projetada para obter uma reação útil sobre
si mesma, quando em movimento através do ar. São as reações do aerofólio que
servem ao voo da aeronave. Essas reações podem ser ilustradas como
dedução da forma de uma asa, partindo-se de um Tubo de Venturi, como se segue:
a) Duas superfícies sólidas formam um Tubo de Venturi. Na parte mais estreita o ar adquire maior velocidade, fazendo, portanto, menor pressão contra as superfícies.
b) Embora afastadas, as duas superfícies ainda formam um Tubo de Venturi, mas observa-se que os filetes de ar centrais não se desviam.
c) A superfície curva superior é substituída por outra plana. Mesmo assim ainda temos um Tubo Venturi.
d) A superfície sólida superior foi retirada, porém, ainda existe um Tubo de Venturi. A parte inferior é formada pela superfície sólida e a superior pelos próprios filetes de ar que não se desviam. Ainda haverá redução de pressão em virtude do aumento da velocidade de escoamento do ar. Esta superfície sólida é um aerofólio.
A resultante do diferencial de pressão ocasionará a sustentação da aeronave.
TERMINOLOGIA DE AERODINÂMICA
Vento Relativo
É o fluxo de
ar que tem sempre a mesma direção do deslocamento do aerofólio, porém, em
sentido contrário.
Ângulo de Ataque
É o ângulo formado
pela corda do perfil de um aerofólio e o vento relativo.
Estol
É a situação em que o aerofólio está com um ângulo de ataque
maior do que o de sustentação máxima, resultando na perda de sustentação e no
aumento de resistência ao avanço.
FORÇAS ATUANTES
Voo é o movimento ou o momento
em que uma aeronave se mantém no ar. Quatro forças atuam sobre uma aeronave em
voo, a saber:
Sustentação
É uma componente da força aerodinâmica do vento relativo.
Quanto maior o ângulo de ataque e a velocidade, maior será a sustentação;
Tração ou
empuxo
É a força produzida pelo grupo motor-propulsor que
vence a resistência ao avanço, o que permite o deslocamento da aeronave para
frente;
Peso
É a força resultante da ação da gravidade sobre a
aeronave. O peso é, então, uma força que depende da aceleração da gravidade no
local. Para efeito deste estudo, considerar-se-á o peso invariável; e
Resistência ao avanço
É a força de retardamento que atua sobre o aeronave em
movimento
MOVIMENTOS DE UMA AERONAVE EM VOO
A
aeronave faz seus movimentos básicos em torno de três eixos: longitudinal,
transversal e vertical, que se cruzam no centro de gravidade (CG) da aeronave. São eles:
Rolamento
É
o movimento em torno do eixo longitudinal;
Arfagem
É
o movimento em torno do eixo transversal, movimento este que pode ser o de levantar ou de baixar o nariz da aeronave,
recebendo as denominações, respectivamente, de cabrar e de picar a aeronave; e
Guinada
É
aquele que se realiza em torno do eixo vertical da aeronave.
- No avião o
movimento de guinada produz o movimento de rolamento, porque enquanto uma asa
se move para vante e ganha sustentação, a outra recua e perde sustentação. Um
deslizamento lateral tende a produzir ambos os movimentos, rolamento e guinada.
O HELICÓPTERO
Um helicóptero
típico é constituído, basicamente, de:
1- Rotor
principal;
2- Fuselagem
ou estrutura;
3- Rotor de
cauda;
4-
Motor-propulsor; e
5- Trem de
pouso.
COMANDOS DE VOO
O helicóptero possui três comandos de voo:
- Coletivo;
- Cíclico;
e
- Pedais
de direção.
Coletivo
Localizado
do lado esquerdo dos pilotos, tem por finalidade aumentar de uma só vez, isto
é, coletivamente o passo das pás do rotor principal, provocando um aumento na
força de sustentação em todas as pás simultaneamente.
Durante a decolagem, devido à
combinação da força de sustentação provocada pelo aumento do passo das pás do
rotor principal e do peso do helicóptero, observaremos a gradual formação da
figura de um cone invertido.
CÍCLICO
Funcionamento
semelhante ao manche, seu congênere no avião, o cíclico pode se mover em todas
as direções.
Seu acionamento, no entanto, determina a alteração,
de forma diferente, do passo das pás durante cada volta, como no exemplo da pá
a seguir:
Como
podemos observar, o passo está virando de modo cíclico, com o passo aumentando à medida em que se aproxima da
parte de ré da aeronave e diminuindo ao regressar à posição original.
Desta
forma, como a sustentação na pá que está atrás é, neste caso, maior do que
aquela que se encontra avante podemos afirmar que a posição do cone estará
alterada, iniciando, também, a força de sustentação e fazendo com que a
aeronave se movimente para frente.
Pedais de direção
Os pedais de direção, ou pedais anti-torque, são comandados pelos pés do piloto
para mudar o passo das pás do rotor de cauda, com a finalidade de controlar o
efeito torque do rotor principal e dar
direção à aeronave.
Observando o
desenho do helicóptero, percebe-se que, devido ao efeito causado
(torque) pela rotação do rotor principal, uma força tenderá a girar o
helicóptero no sentido oposto ao da rotação do rotor, necessitando, assim, de
uma outra força (anti-torque) gerada pelo rotor de cauda, mantendo o
helicóptero estabilizado no ar.
EFEITO SOLO
Ao decolar, o helicóptero desloca uma grande
massa de ar para baixo que chega a varrer o chão.
Essa massa de ar que vai sendo deslocada para
baixo, aumenta sua velocidade à medida em que o piloto puxa o coletivo, fazendo
com que o seu deslocamento não só se espalhe lateralmente, mas, também, ao
bater no solo, forme um colchão de ar sob o helicóptero, tendo como resultado o
aumento da sua sustentação.
Alguns
outros fatores podem interferir na sustentação da aeronave como, por exemplo,
piso de madeira, que retém o ar mais que o de chapa de ferro.
Durante operações em plataforma de
navios ou locais elevados, não é recomendável que uma parte do disco do rotor
fique dentro da plataforma e a outra fora, pois a parte que permanece dentro da
plataforma estará com mais sustentação que a outra, situação em que o
helicóptero tenderá a emborcar.
Durante
operações com carga externa, por ser normal termos a impressão de que o
helicóptero tem condições de transportar determinado peso e em virtude de estar
sob o efeito solo (com maior sustentação), é importante informar ao piloto a
quantidade exata de peso a ser transportado, e por ocasião do içamento da
carga, sinalizar para que ele suba o mais rápido possível, saindo do colchão de
ar.
RESSONÂNCIA COM O SOLO
Todos que já embarcaram perceberam
que um navio possui certa trepidação que lhe é peculiar, sendo sentida por
todos os conveses e seções. O convés de voo possui uma determinada trepidação
(freqüência) e o helicóptero, tanto em voo quanto no solo, também possui sua
freqüência própria.
Quando no solo, algo curioso, mas não tão raro, pode ocorrer,
com as trepidações (ou vibrações) da aeronave e do navio, que são quando o
“casamento” (soma) destas frequências - inofensivas quando separadas - passam a
causar uma trepidação crescente e incontrolável após certo tempo e, caso não
sejam tomadas as providências cabíveis, poderão causar a total destruição da
aeronave.
Tal situação, conhecida como
ressonância com o solo, é impossível de ser prevista. Entretanto, alguns
cuidados tomados antes ou durante o aparecimento do fenômeno podem eliminá-lo
ou reduzí-lo a um nível que não cause dano. Por parte do piloto, pode tornar a
decolar a aeronave, caso ainda não esteja presa ou cortar os motores.
CONFIGURAÇÃO DOS HELICÓPTEROS
A principal configuração de um
helicóptero é caracterizada pelo seu rotor de sustentação, existindo as
seguintes configurações:
Rotor Singelo
O helicóptero de rotor singelo utiliza um só rotor para obter sua sustentação e tração.
Rotor em Tandem
O
helicóptero de rotores em tandem longitudinal utilizam dois rotores de sustentação, um a vante e outro a ré.
Rotores Sincronizados
Esta configuração é conhecida
também por sincróptero. Utiliza dois rotores de sustentação com os respectivos
mastros (eixos) convergentes. Os rotores giram em sentido opostos e
sincronizados.
Rotores Laterais
Fica um rotor de cada lato do
eixo transversal do helicóptero. Esta foi uma das primeiras configurações de
helicóptero experimentadas.
Os dois rotores de sustentação
utilizam o mesmo mastro e giram em sentido contrários.
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